Uma vez que, umas das funções das Misericórdias era a assistência aos enfermos pobres, a Misericórdia de Amieira teve desde longa data, o modesto hospital, onde acolhia os seus doentes.
O hospital esteve primeiramente instalado, muito mal instalado, por sinal, em uma pequena casa térrea, de telha vã, na rua do Castelo, do lado sul, a quinta, vindo da Praça, tendo apenas dois compartimentos, abaixo do nível da rua, e um pequeno quintal. Ali esteve até 1864, ano em que foi transferido para outro prédio que a Irmandade possuía na mesma rua, com frente também para a travessa da Misericórdia. Esta mudança representou já uma apreciável melhoria, comparadas as coisas com que o anteriormente havia, mas o benefício máximo foi realizado em 1920 com a inauguração do novo hospital propositadamente construído para este fim, sob projeto e direção do Sr. António Gonçalves Rasquilho e em terreno por ele gratuitamente e generosamente cedido, facto este que lhe dá seguros direitos a que o seu nome deva ser incluído entre os dos mais beneméritos daquela casa de caridade. Não tinha a Misericórdia possibilidades financeiras para tal obra, iniciada em saldos de contas existentes e com esmolas e donativos, tendo, por isso, requerido em 1916 à Direção Geral da Assistência um subsídio de 1.889$00 escudos, quantia em que fora orçado o seu acabamento. Este facto causou a maior satisfação em Amieira, por ver assim assegurada a conclusão da obra em que havia tanto interesse, e que de facto chegou a seu termo, permitindo, como já foi dito, que o hospital recebesse em 1920 os seus primeiros doentes. Não tem, porém, e pena é, abundância de recursos a Misericórdia, mas essa falta é até certo ponto suprida com os donativos e esmolas particulares que vai recebendo, e ainda com subsídios concedidos pelo Estado. Para os serviços do hospital e outros das obras da misericórdia, havia os cargos de hospitaleiro e hospitaleira, nomeados pelas mesas da Irmandade.